Não sei ao certo o que a solidão tem feito ao meu coração
Cada dia mais couraça forte difícil de trespassar
Vejo um horizonte infinito sem chão nem esperança
Um grama fininha cheia de orvalho trepidar
Continua um som de silêncio impossível de tapar
Uma sensação boba de ausência sem explicação
Um chá quentinho que não fortalece no frio
Uma vontade de nada tão forte se agitar
Me diziam que poetizar era inventar palavras lapidar
Mas também trabalhar com aquelas boas e velhas de todos-nós: coração-amor-tristeza-solidão
Não importa mais na realidade a significância
Mas só se sabe que dor indefinida deve ser por certo do coração, de amor, de tristeza, de solidão
Se não for é isso, se for é isso também
Não sei ao certo o que a solidão tem feito ao meu coração