terça-feira, 13 de junho de 2006

Soneto IV

A lembrança passada de uma vida sempre presente
Como poderei apagar essa constante imagem da mente,
Como poderei não sentir essa impertinente dor?
Nem séculos bastarão para amenizar e tirar do meu interior...

Somar com as derrotas passadas este amargor
Criar forças, não se deixar resistir pelo dormente
Sofrimento que corrói, que causa horror
Sentimento que mata por dentro, mas que nasce semente...

Brota dele o que de mais soberano se tem
Que é tão grande e puro, mesmo com a dor se mantém...
E na dor se fortalece e na dor cresce e se contém.

Se frutifica na grandeza do seu pensar, que não é duro;
E é alegre, sentir o que é forte e maduro,
O que mais se quer do que sentir o que é puro!


 
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