Talvez o processo mais difícil é dar-se conta
Muitas vezes passamos grande parte do tempo (para não dizer da vida) em negação.
Dar-se conta de hábitos, de jeitos de fazer as coisas, de como dormimos, dos tipos de amigos que sempre fazemos, dos tipos de pessoas que gostamos, da forma que reagimos a um elogio, a um insulto, a uma briga. Tudo temos que darmos conta (em todos os sentidos).
Tudo está tão enraizado que dar-se conta pode nunca ser uma escolha, nunca ser uma sensação conhecida.
Viver sem consciência do que se vive é o nosso modus operandi e é tão contrário ao que é "ser humano" e tão comum, tão natural.
Dar-se conta é fatalmente liberdade, é se liberar dos antigos padrões, patrões e bordões. E ao mesmo tempo, dói. É um choque de realidade, um dolorido despertar tardio. Mas só agora eu me dei conta.
Beira um remorso, uma sensação de desperdício, de burrice. De vazio. É inevitavelmente uma troca. Uma substituição. É trocar o que você já se deu conta que desse jeito não funciona mais. Que já não tem mais jeito, que mesmo que você queira já não vai mais para frente da mesma forma. Você já se deu conta.
E negar-se é saber, mas preferir manter como está para não abalar as estruturas nem minhas, nem suas, nem de todos nós. Negar-se é delegar ao acaso que conduza sua vida por mais um tempo quando você tapa os buracos e finge que não vê.
Mas a água sempre escorre pelas bordas e uma hora a barragem não aguenta.
Parece que estou como o Brasil: escorrendo pelas bordas. Dando-me conta em negação. Dar-se conta é despertar. Desperta.
Muitas vezes passamos grande parte do tempo (para não dizer da vida) em negação.
Dar-se conta de hábitos, de jeitos de fazer as coisas, de como dormimos, dos tipos de amigos que sempre fazemos, dos tipos de pessoas que gostamos, da forma que reagimos a um elogio, a um insulto, a uma briga. Tudo temos que darmos conta (em todos os sentidos).
Tudo está tão enraizado que dar-se conta pode nunca ser uma escolha, nunca ser uma sensação conhecida.
Viver sem consciência do que se vive é o nosso modus operandi e é tão contrário ao que é "ser humano" e tão comum, tão natural.
Dar-se conta é fatalmente liberdade, é se liberar dos antigos padrões, patrões e bordões. E ao mesmo tempo, dói. É um choque de realidade, um dolorido despertar tardio. Mas só agora eu me dei conta.
Beira um remorso, uma sensação de desperdício, de burrice. De vazio. É inevitavelmente uma troca. Uma substituição. É trocar o que você já se deu conta que desse jeito não funciona mais. Que já não tem mais jeito, que mesmo que você queira já não vai mais para frente da mesma forma. Você já se deu conta.
E negar-se é saber, mas preferir manter como está para não abalar as estruturas nem minhas, nem suas, nem de todos nós. Negar-se é delegar ao acaso que conduza sua vida por mais um tempo quando você tapa os buracos e finge que não vê.
Mas a água sempre escorre pelas bordas e uma hora a barragem não aguenta.
Parece que estou como o Brasil: escorrendo pelas bordas. Dando-me conta em negação. Dar-se conta é despertar. Desperta.