domingo, 6 de novembro de 2016

Llenar

É horrível a sensação de não ter com que encher um coração vazio
E mais ainda a de saber que não se enche com nada.
Não, não se enche com nada.
Nada externo, nada fora, nada além de mim.

E se na ilusão de criar emoções na base do outro
Somos todos assim tolos no amor
Que venham encher em mim então essas emoções tolas
que me vão fazer acreditar que o externo
pode sim curar esse vazio.

Um frio inquebrantável traz cada desilusão
que dói, dói, dói um coração despedaçado
Parece que tudo é rotina, um grande círculo vicioso
volta, volta, volta para sempre o mesmo
Amores efêmeros, amores platônicos. Triângulos.
Amores não correspondidos, amores sem tempo, amores desperdiçados.
Ilusões amorosas de toda classe.

Como canta o amor quem não consegue encher-se a si mesmo no amor próprio?
Como canta o amor quem olha o vazio e desvia, deixa o vazio tomar conta?
Como canta o amor quem se depara somente com o não-amor, um sem amor, um nada?
 
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