domingo, 13 de novembro de 2016

Estou que vou

Estou sempre indo ao outro
Tentando me buscar e compreender
E fica sempre uma sensação estranha
Um não-lugar profundo
Uma desconexão real e sem remédio
Cada interação é frustrada
Cada interação é abismo
Tentando buscar o outro e tocar
Tocar o que a matéria não deixa
Tocar o que o olho não vê
Sentir o que a mente não permite
Buscar ser vulnerável com o que nem sei
Sinto sempre uma desilusão latente
Que já se instala antes mesmo da ilusão chegar
Sinto sempre um coração dormente
Que bate uma saudade indefinida antes mesmo
de quebrar.
 
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