quinta-feira, 13 de abril de 2006

Choroso dia

Choroso dia! As lágrimas não suplantam essa agonia!
Dos meus pesares fortes esta angústia,
Dos sonhos em que não tive em claros prantos,
Da dor que me toma estou ferida aos tantos...

A tristeza que me consome alimenta rostos de alegria,
O fim porque não vem senão é chegado o dia!
A fim de meus prantos nunca cessarem,
Como não matá-los sem me matarem?

Qual é o braço amigo; quem tem um gesto de piedade?
De todos inimigos só nos resta o gosto da maldade!
Da carência que sinto, um pouco de caridade!

Por que nós mesmos nos cercamos de solidão?
Sem tirar tristeza e não lutar pelo coração...
Aos poucos morre, no dia, aquele que por nada sente razão,
Aos poucos morre, no dia, aquele que nasceu para ser Tristão!

Soneto I

Vivo do destino em que me dou
E consigo ser feliz no pouco que tenho
Lembranças que recordo e passou
tentar andar hoje com mais empenho

Sou eu naquilo em que me sustenho
O pensamento que da minha mente voou
junto o que busco com engenho
Onde aqui tudo desmoronou

Sigo na reta em que mantenho
Entre destroços onde padecer não vou...
Passos insanos contenho

A trégua em que a razão não colocou
não sei de onde venho
ou para onde eu vou...
 
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