quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Moleque arteiro

Ei, você aí, favor vir fazer parar de doer meu coração
Todo faceiro, moleque arteiro acha que sabe 
como conquistar com uma só mão
Vem, pois de boa está permitido desgraçar meu coração
quinta-feira, 23 de março de 2017

Decidi voltar

Decidi voltar a fazer coisas que antes eu gostava
e que ficaram perdidas por aí.
É um reencontro comigo mesma, com a essência que necessito.
Não sei por quê com o passar dos anos ao invés de
nos buscarmos mais vamos nos perdendo.
Não sei por quê passei a me desacreditar naquilo tudo
que sabia fazer e hoje não sei mais.
Não sei por quê me vi em frangalhos tentando resgatar partes
de mim que havia perdido e tão distante de mim estavam.
Tornou-se difícil, insosso e cinza andar por aí
sem conectar emoção, missão e espiritualidade.
Algo que eu sou e que não vejo de mim
todos veem e não pergunto.
Por que será que de repente eu cai em uma comiseração
e autoflagelação tão grande?
De todos os grandes males que tenho eu feito?
Sei bem que de mim o amor passa à distância
porque não sei amar.

Ouvi dizer

Ouvi dizer que a poesia curava a depressão.
Mas comecei a escrever porque me encontrava depressiva
então parei e me vi mais depressiva ainda.
Parece que não mas palavras dotadas de algum significado
acalmam a alma e trazem paz e serenidade a quem as lê.
Estou certa de que se usado de maneira correta e sábia
é possível ler e ser curado. É possível escrever e curar.

domingo, 5 de fevereiro de 2017

Canyons

Às vezes eu vejo as coisas acontecendo e eu não tenho ideia do que quer dizer
Às vezes as coisas se conformam de tal forma que só é ponto de interrogação
Eu não sei mais em que momento estou ou o que devo esperar ou querer
Sei do caminho que vou e vou firme, mas não sei o que vai adiante, o que vai comigo ou fica atrás
Eu já não vejo fresta nenhuma na grande porta que anda na minha frente
Sei de uma falha daquelas de canyons que me separa dos outros
E de cada pulada de abismo é apenas um pulo no vácuo da imensidão.
E tudo escuro novamente.
segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Menos mal

É, são 11 anos que escrevo entre poemas e outras coisas.
Não que eles sejam bonitos ou façam sentido.
É uma linha do tempo escrita
com rimas sem graça e dores
das quais nem me lembro mais.
Também não me lembro quem era
a eu que escrevia.
Menos mal. Menos mal que o estilo
e a essência não se perdem, mas
que o eu se renova a cada dia.
E o eu cresce e o eu muda,
e o eu é alguém que necessita
ser constantemente achado entre palavras.
Menos mal, são 11 anos que escrevo.
De mim, pra mim.

Deixa

Deixa, deixa eu transbordar nessas águas cristalinas
Deixa eu ser imensidão e mar
Deixa mergulhar na terra e fazer redemoinhos de areia
Deixa eu escorregar na neve e flutuar no ar
Deixa sentir essa brisa, esse aroma de paz
Deixa eu olhar a natureza vista do céu.
domingo, 15 de janeiro de 2017

Tudo o que eu não disse

Tudo o que eu quero te dizer
certamente é tudo o que eu não disse
Não porque não queria te dizer
mas sem te dizer disse

O que não se diz é apenas o que não
se pode enfrentar
O que se diz é apenas uma parcela
de tudo o que não se diz

Eu apaguei muito amor por não dizer
o que não disse
Eu não tive coragem para viver o
que queria dizer
Eu não me bancaria nas consequências
reais do dito

É melhor o não dito e o desdito
A enfrentar tal qual verdade dita
e vexatória
Dizer é um grande ato de coragem
Dizer é muito mais que o amor
propriamente dito

Dizer é a ação que muito mais
vale no terrenal porque muda
Muda a realidade e liberta
Liberta o tudo que não disse pelo
que eu disse, e eu disse, graças a Deus.
 
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