terça-feira, 27 de novembro de 2018

A mais antiga do Skank

Ando recordando quem fui um dia
Umas vontades antigas
Uns pensamentos desatendidos
Me lembrei de quem eu era
E estava sumida
Fui alguém que queria muito escrever comédia,
Que tinha um pitoresco senso de humor e criatividade abundante
E ria por aí dos seus próprios pensamentos
Que deveria muito ter estudado pra isso
Alguém que escrevia cenas engraçadas e ria por horas sozinha
Alguém que pensava coisas engraçadas toda hora
Alguém que perdia o amigo mas nunca a piada
Não sei onde ficou por aí essa pessoa em meio à vida
(Escrever é terapia)
Não sei por onde foi ficando a alegria e o sorriso
Lembrei com saudade de quem eu já fui um dia
E disse olha só ela, quem diria agora
E por que não?
(Ainda não sei)
Ainda não consigo decifrar o que aconteceu realmente
Ainda não sei em que momento me perdi de mim mesma
E andei por anos nadando nadando nadando pra lugar nenhum
Eu nunca poderia ter me abandonado
Mas quando se é jovem ainda jovem ainda jovem ainda
(Por vezes perde-se a moral como este final por exemplo)

Ora ora

Os meus poemas (se é que pode chamar de poemas)
Eles todos vêm com suas trilhas sonoras,
Eles são audiovisuais
Não sei muito bem o porquê mas eles surgem uns dos outros e uns dos outros e uns dos outros
Surgem de uma frase que vem na cabeça
De uma imagem de uma ideia
De um livro de um detalhe do dia
De uma lembrança relâmpago
Eles são pop ups do pensamento
Que se pensam sozinhos
E são capturados ora sim ora não
Sentir é criar
Eles se deixam sentir e não me deixam dormir

Você já se banhou na cachoeira?...

Sinto que agora a vida é muito mais como uma manhã ensolarada e um aroma de café quentinho
Não sei se é momentâneo, mas que bom que bom que bom
Escrever o lugar ideal para mim sempre foi isso
Um lugar bom de ser e estar e só
Sentir o momento, a brisa, o verde, a água
Se ter
Ser é só isto
Tão boa a grandeza do que sempre esteve do que sempre foi
Tão intenso o presente
Tão lindo o formar parte
O Todo é com você.
Você faz parte do Todo. Dos todos.
Nunca se esqueça 

Guardadora de rebanhos

Queria me reconciliar com a literatura que sou
Com as emoções e com as ideias
E ir por elas invencível
Não sei das pessoas e não estou nem aí
Só sei do meu tempo perdido
Quero resgatar o frenesi da criação da espontaneidade da alegria genuína do sorriso à-toa
Gosto da ideia de que ainda tenho muita arte pela frente
A desbravar
Gosto do momento que é olhar para o futuro com esperança
E não negar o que se é
Gosto da lealdade do meu coração. Às vezes é como se eu recrutasse as pessoas para a minha guerra.
Alguns caem. Uns lutam distantes, mas eu sei que estão ali. Quando eu levanto uma bandeira de vitória é com eles que comparto as alegrias. E está tudo bem.
Gosto de saber que está tudo bem, gosto de saber da natureza do universo.
E de não colocar vírgulas. Nem pontos finais
Gosto desses sonhos grandes com comichões para se realizar.
Não sei desde quando escrevo tão eu.
Me sou e sei.
Graziele Pessoa.

(Rs)

Ps. Mania boba de imitar o escrever alheio. O meu preferido sempre foi o da natureza.
segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Muito Rosa

Queria abrir a cabeça para entender o Total
Uma das frases que mais ficou na minha cabeça
Além da não abertura - em definitivo - da ideia para o Total
Foi aquela do cavalo
Cavalo que ama o dono até respira do mesmo jeito
Quando li primeira vez me pareceu mais um provérbio
Daqueles que a gente troca o todo pela ideia e ideia pelo todo
E o que significa mesmo ninguém sabe
Como aqueles de ideia errada
Me ame quando menos merecer
Um dito impregna
Mas no que eu sempre gostei de Rosa
Foi que quando eu li eu já me entendi
A fineza de contar uma história
Que o entender não é literal nem racional
O entender vem do fundo lá do fundo
O conhecer vem de dentro vem do mundo
Saudade de sentir bem quando o coração se desdobra
Foi toda uma viagem longa de grande beleza que ainda me lembro até hoje.
 
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