quinta-feira, 7 de novembro de 2019

Carta aberta

Faz muito tempo que não escrevo,
que não me pergunto em português
o que estou fazendo realmente com a minha vida.
Parece fácil para as pessoas aceitarem e estabelecerem conclusões
a respeito de suas próprias vidas e emoções
Para mim nunca foi tão fácil.
Sabe, às vezes eu só queria escrever uma grande carta aberta
a mim mesma e dizer que está tudo bem.
Está tudo bem não ter claro nada na frente
e mesmo assim seguir caminhando.
Está tudo bem escolher um caminho difícil
e longe de todos que conhece
simplesmente para se entender como pessoa e
com o que fazer com a vida.
Se as pessoas me fazem as perguntas mais simples
hoje eu não saberia dar nenhuma resposta
Tampouco acredito que estou fazendo algo errado.
Eu acredito em fluir e seguir a dança que se forma
Eu acredito que algo maior me rege de tal maneira
que não tenho noção nenhuma do que estou fazendo.
Sinto que o peso da vida chegou de uma
Veio como uma pedrada na cabeça
e mudou a minha vida demasiado em menos de um ano.
Sinto que é difícil me fazer entender e ser creível
com as pessoas que me cercam.
Vejo que ainda não aprendi de fato a confiar nas pessoas o suficiente
Sinto que ainda há várias lacunas entre a vida que levo e que quero levar
Mas tudo isso num processo mais emocional que físico.
Um emaranhado de coisas que acontece de uma só vez
Pulei uma casa no jogo e parecem que já se foram cinco anos.
Meu coração permanece puro, que isso sirva de perdão.
terça-feira, 25 de junho de 2019

Ida

De qualquer forma qualquer ida é uma aprendizagem
Mais sobre você do que você pode vir a ser
Do que você é e já foi
Ir-se de si mesmo
Deixar-se
Pode-se ser algo completamente novo a cada esquina
E a cada decisão
Tão intenso por ser tudo tão passageiro
E tanto mais sobre o lugar certo na hora certa
A vibe de cada um, o universo e suas conexões misteriosas
Os encontros que tinham que ser
quinta-feira, 25 de abril de 2019

O amor para comigo

Parece que o grande enfrentamento humano é a solidão.
Não importa a idade ou a quantidade de relacionamentos que você possa ter. Parentes, amigos, o que seja.
Passamos toda a vida tentando camuflar a grande dor que é nascer sozinho.
Isso de completar a jornada sozinho, mesmo e muito embora com muita gente ao lado, é difícil.
Nascer para trilhar um caminho que não vai ser conjunto, que não vai ser seguido por ninguém.
Tem que estar pronto para mesmo quando, com as pessoas que amamos, prontos também para as despedidas. Elas também só ficam por um tempo, por um tempo delas, para cumprir com a jornada delas.
Isso de tentar preencher com o outro, a gente passa a vida toda tentando. Por um tempo, ou por vários, ou com alguém, ou com muitos alguéns até que a gente consegue. Mas agente é sozinho não é um a gente junto.
É o que é difícil compreender e passamos a vida toda tentando ou esconder ou tapar ou escapar dela: a solidão.
Parece inadmissível que o que tem que ser romantizado, como os poetas já sabiam, não é o amor para com o outro e sim a solidão para comigo. Eu & a solidão. O amor para comigo.
É a única companhia verdadeira. Porque o eu preso dentro do corpo não se junta a ninguém mais. Essa interação que almejamos é quase que uma junção que é fisicamente e espiritualmente impossível.
O vazio existe porque só sou "eu" dentro do meu próprio corpo. Eu & a solidão.
O amor para comigo.
E a partir disto: nada mais importa.

quinta-feira, 28 de março de 2019

me gusta leerte

me gusta leerte
finalmente mirar las cosas como de arriba de un avión
nos hace lo que somos hoy
ver cómo y dónde estábamos parados hace dos o cuatro años sea mental o físicamente
trae un alivio que la claridad hoy nos proporciona
si vemos un progreso o si estamos estancados
es hermoso ver que el pasado a pesar de todo sigue siendo bonito
y lo que tenemos ahora puede ser creado ahora mismo...
el mundo es cíclico y esta al punto
vamos a esperar para ver esto

quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Limbo

Já faz vários dias que entrei em limbo absoluto
Muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo - continuamente sem folga
Não me deram ainda tempo de parar, tempo de me sentir de férias
Alguns pesos nas costas se foram, mas
Muito rapidamente outros maiores entraram no lugar
Com a mente cheia e absorta
Nenhum pensamento chega a conclusão nenhuma
E mesmo parando de falar para escutar o que a mente diz
A mente não se traduz facilmente
É bom jogar fora algumas obrigações que inventamos ser necessárias
Não são
Mas ao mesmo tempo é muito mais difícil retornar a um estado anterior
A um estado mental onde aquilo era necessário
Muitas coisas deixaram de ser
A um nível tão absurdo
Que ando pensando se tem algo realmente necessário nessa vida
O ritmo tão intenso e desenfreiado de dezembro e janeiro
Me fizeram querer por favor ter uma pausa
Uma pausa do que eu acreditei ser o meu cotidiano
Uma pausa de tudo com que eu preenchia o meu dia-a-dia
E cada vez mais pode ser tudo diferente de novo
Estou muito mais dentro do casulo interno
Esquentando as ideias
Preparando o bolo
Me perguntando aonde quero chegar
 
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