domingo, 11 de dezembro de 2016

Así como yo

Quizás tu ma boy
Así como yo
Necesitas perder el miedo
De conectar con tu poder

También eres
Así como yo
Quien busca al camino
En medio a muchos sueños

Quien elige
Así como yo
Pelear con tu futuro
Sobre los deseos del presente

Quizás tu ma boy
Así como yo
Esperas por mí
Que ya pronto me voy
Muy pronto me voy.
domingo, 13 de novembro de 2016

Estou que vou

Estou sempre indo ao outro
Tentando me buscar e compreender
E fica sempre uma sensação estranha
Um não-lugar profundo
Uma desconexão real e sem remédio
Cada interação é frustrada
Cada interação é abismo
Tentando buscar o outro e tocar
Tocar o que a matéria não deixa
Tocar o que o olho não vê
Sentir o que a mente não permite
Buscar ser vulnerável com o que nem sei
Sinto sempre uma desilusão latente
Que já se instala antes mesmo da ilusão chegar
Sinto sempre um coração dormente
Que bate uma saudade indefinida antes mesmo
de quebrar.

O sentimento do fim

Tenho em mim um sentimento indefinido
me parece cruel assim dizer
mas ele pode ser muito
pode significar muito o nada que é.
E é um nada conciso, um nada definido,
um capricho do acaso.
Uma mistura de fim de amor com
fim de dor com fim de importância
É um enterrar vivo, um descarte alheio,
um destrono, um enxotar do pedestal.
É um começo de luto. É um luto por um pensamento,
uma memória, uma ideia que não será mais pensada.
É um luto por algo meu que fica
onde eu já não estou. Nem estarei.
Nunca mais.
É um remorso por não ter vivido o suficiente
antes que esse sentimento já não fosse parte.
Não há voltas atrás quando esse sentimento vem.
Quando ele vem você já sabe. Acabou-se.
Não há o que fazer. Não há o que dizer.
Como já dizia Vanessa da Mata, e o que só
resta é um desejar de boa sorte.

Facas

Os meus pensamentos são sempre facas
que me cravam o peito
e buscam apoio e respeito
de consciências parcas.
Vejo-me navegando em águas rasas
de carícias brandas e corpo inteiro
desborde de emoções e lágrimas
canteiro de mente insana e asas.
Voar, tocar o que não se pode
Compartir e sarar
Feridas com o redemoinho feito
Vento contrário desfazendo o perfeito
Sobre as grandes incertezas
Certeza de águia e coragem
E dor e páginas.
domingo, 6 de novembro de 2016

Llenar

É horrível a sensação de não ter com que encher um coração vazio
E mais ainda a de saber que não se enche com nada.
Não, não se enche com nada.
Nada externo, nada fora, nada além de mim.

E se na ilusão de criar emoções na base do outro
Somos todos assim tolos no amor
Que venham encher em mim então essas emoções tolas
que me vão fazer acreditar que o externo
pode sim curar esse vazio.

Um frio inquebrantável traz cada desilusão
que dói, dói, dói um coração despedaçado
Parece que tudo é rotina, um grande círculo vicioso
volta, volta, volta para sempre o mesmo
Amores efêmeros, amores platônicos. Triângulos.
Amores não correspondidos, amores sem tempo, amores desperdiçados.
Ilusões amorosas de toda classe.

Como canta o amor quem não consegue encher-se a si mesmo no amor próprio?
Como canta o amor quem olha o vazio e desvia, deixa o vazio tomar conta?
Como canta o amor quem se depara somente com o não-amor, um sem amor, um nada?
Hoje o meu poema foi dor
Desculpe se, na beleza da vida, a poesia
deve ser uma de suas melhores formas.
quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Um poema

Você, cada dia é um poema
Se me pedem pra falar
O que você é.

Me invadem a mente
Palavras aparentemente desconexas
Mas que dizem, lendo o todo,
Um significado só.

Feliz, de reencontrar o que me habita
Posso entender o que me move
E me deixar tranquila.

Cada associação de palavras
É uma história, mas não a que você lê
Mas a que você cria quando lê.

Interessantes entrelinhas,
Entre linhas, entre paredes, entre muros
Se o que me desperta e o que me move
De tantos anos longe vagando - he encontrado...

Um novo sentido mor para cada palavra jogada,
Só o que me incendeia a cara,
É um destino só que me espera
É uma ideia só que em fogo fátuo vibra
É uma palavra só: que cada dia é um poema.

Livre associação de palavras (do livro Jane Eyre)

Sabe que estranho destino
de casamento e o véu
tapete, o objeto que tornava
passos livres às minhas costas
lábios trêmulos e sua face lívida
corpulenta.
braços, levou-me escada abaixo
para que a maldição deste lugar
virtualmente, serei apenas seu,
não sinto o menor respeito por mim mesmo
Estive à beira do desespero, Jane
gênio do bem e do mal
voz arfante era o sinal do leão
obviamente perdida, sem ação
de fome, fraqueza, frio
ofereceu para me ensinar alemão.
E é horrível viver assim tão sozinho
separada para esse fim
desinteressada, fiel, constante e corajosa.
Verá que ímpeto será dado
física e mental do matrimônio
permanente harmonia dos destinos
Perdoe-me as palavras.
Você sabe, leitor, o terror que as pessoas frias
a nosso lado.

Eu precisava entender

Eu precisava entender
cada detalhe em expansão
cada limite sano sem restrição
cada fronteira densa para transcender.
Inevitável estado de abstinência
Sem eloquência ou padrão
Perdida por entre os fortes muros da consciência.
Vagando por castelos desabitados
Corredores vazios pensamentos lotados
Mente insana desejos gritados
Com toda a calma buscando a alma
Sentindo uma dor pungente no coração.
quarta-feira, 6 de julho de 2016

Cosmico

Usted es mi amante cosmico
No lo he encontrado en las estrellas
Pero la chispa, el reto, la energía
Nos ha pegado como la orbita gravitacional.
quarta-feira, 16 de março de 2016

Hóspedes

Às vezes pessoas nos marcam
Pela simples existência, pelo passar em nossas vidas
Tem dias e momentos que jamais esquecerei
E só agradecer e desejar o melhor para essas pessoas
Me recordo de tudo como ontem
Sei desses sentimentos que não passam

Amar também é ver cada um seguir o seu caminho
Amar é doar-se quando já não se pode mais
Amar também é aceitar o fim
Mas um fim relativo, um fim circular
O que vai dentro, vai dentro

Tenho datas precisas dentro de mim que comparto com cada qual
Donos dessas datas, hóspedes do meu coração
Não se permite ao outro entrar apenas se concede o lugar que sempre lhe conferiu
Talvez um lugar no passado, talvez um lugar no futuro, talvez um lugar
E quando todas as datas do ano forem de cada qual
Eu tal qual uma lembrança viva, uma párea comemorativa
Lembrarei de todos em flor
Lembrarei de todos, lembrarei

Já não cabendo mais em mim eu sou os outros
Eu sou todos aqueles que me marcam
Eu só tenho que agradecer e desejar
Me recordo de tudo como ontem
Eu sou lugar.
segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Vejo dois

Eu abro e fecho os olhos e vejo dois
Talvez todos nós sejamos dois
Com dois lados como uma moeda
O reverso também faz parte do verso
Eu canto o lado A e também o lado B

Eu vejo o bem e o mal
Eu vejo o branco e o preto
Eu vejo o dia e a noite ao mesmo tempo

Ninguém decifra qual é o seu lado
Ninguém pode te impor um quadrado
Ninguém duvida do seu falso eu
Ninguém aprova o seu verdadeiro eu

Pelos cantos esconder os cacos 
Andar vacilante entre o que querem de você
e o que preferem não ver

Eu abro e fecho os olhos e vejo dois
Talvez todos nós sejamos dois
Com dois lados com uma moeda
O reverso também faz parte do verso
Eu canto o lado A e também o lado B.

Eu vejo o lado certo e o do avesso
Vejo a ovelha ser ovelha e ainda sim ser negra
Vejo calmaria que esconde explosão
Vejo tormentas que trazem paz ao coração

Vejo uma ideia que complementa outra assim
como uma opinião rebate a outra
Eu me vejo nos teus olhos quando me vejo
te vejo quando te vejo me vejo

Eu vejo vontades nos olhos alheios condenando os que fazem
Eu vejo repressão depressão exclusão por não admitirmos
o eu o meu o seu os nossos dois

Eu abro e fecho os olhos e vejo dois
 
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