quarta-feira, 31 de maio de 2006

Soneto II

Mesmo que a vida nos traga novas circunstâncias,
Quem esquecerá as antigas e velhas lembranças?
No tempo em que nada dele se apaga, nele ficam as esperanças,
Que nova vida surgirá para dela encontrar novas instâncias?

Que sentido se tem a vida se nela magoados estamos,
Se nela de um abraço precisamos,
Quem é que nela entenderá pessoas estranhas?
Almas tristes e as lágrimas de suas entranhas...?!

O que me consolaria se não fosse doces palavras...
Não daquelas que ficaram, mas as que nascem...
Nascem de outras vozes, sons de novas letras...

Porém, das novidades não se tem emoção;
E das vozes embora a compreensão
É difícil transferi-las sob a antiga voz do coração...
 
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