domingo, 23 de setembro de 2018

Regalo

Às vezes me sento em frente ao meu pequeno tesouro
Meu olhar já me decifra
Abre-se um mundo de flores
Atrás pinta-se um arco íris
Desce pela pele um sussurro doce
Sobe olhos arregalados de amor
Descanso a contemplar a imagem do arbusto
E a desnudar a mente com paz
Tatear a grama, agarrar
Escorre o pensamento como fonte de água
Um instante que paira e sopra prazer
Renova o presente com melodias finas
Um respiro que exala paixão
Canto um poema em suave timbre
Não poderia ser melhor regalo
O presente do amor
sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Dar-se conta

Talvez o processo mais difícil é dar-se conta
Muitas vezes passamos grande parte do tempo (para não dizer da vida) em negação.
Dar-se conta de hábitos, de jeitos de fazer as coisas, de como dormimos, dos tipos de amigos que sempre fazemos, dos tipos de pessoas que gostamos, da forma que reagimos a um elogio, a um insulto, a uma briga. Tudo temos que darmos conta (em todos os sentidos).
Tudo está tão enraizado que dar-se conta pode nunca ser uma escolha, nunca ser uma sensação conhecida.
Viver sem consciência do que se vive é o nosso modus operandi e é tão contrário ao que é "ser humano" e tão comum, tão natural.
Dar-se conta é fatalmente liberdade, é se liberar dos antigos padrões, patrões e bordões. E ao mesmo tempo, dói. É um choque de realidade, um dolorido despertar tardio. Mas só agora eu me dei conta.
Beira um remorso, uma sensação de desperdício, de burrice. De vazio. É inevitavelmente uma troca. Uma substituição. É trocar o que você já se deu conta que desse jeito não funciona mais. Que já não tem mais jeito, que mesmo que você queira já não vai mais para frente da mesma forma. Você já se deu conta.
E negar-se é saber, mas preferir manter como está para não abalar as estruturas nem minhas, nem suas, nem de todos nós.  Negar-se é delegar ao acaso que conduza sua vida por mais um tempo quando você tapa os buracos e finge que não vê.
Mas a água sempre escorre pelas bordas e uma hora a barragem não aguenta.
Parece que estou como o Brasil: escorrendo pelas bordas. Dando-me conta em negação. Dar-se conta é despertar. Desperta.
segunda-feira, 17 de setembro de 2018

relief

Maybe my silence is everything I have
Maybe no words can take away my feelings inside
I struggle with something that is really big
I dont think I can have a good future
If I cannot win
So hard to stand up and walk on the street when the mind is falling down
There are days that I dive in the lack of will
I always think and what if this not pass?
If trying is not a key...
Because nothing is important
And everybody will die one day
Nobody can see in the end the call for help from my head 
So hard to know no one can help
No one can be a relief
sábado, 15 de setembro de 2018

Vênus retrógrada

Toda vez que te vejo te quero
Toda vez que te quero te vejo
 
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