sábado, 22 de dezembro de 2018

O suficiente

As pessoas não são românticas o suficiente e isso me brocha um pouco
Não negarei
Sabe o romantismo das coisas
Talvez eu espere um tanto quanto demais
Um mundo aparentemente bonito
E me deparar toda vez com a realidade
Com as pessoas sendo escrotas
Isso me deixa na badzinha
Naquela frustraçãozinha do que era só isso
Naquele sensação que de poderia ter me deixado no escuro
Que poderia não ter me dito nada
Sabe aquele balde d'água fria
Poderia ser um de esperança
Acredito que meus muitos anos de querer o amor
Me tornaram alguém que não acredita em absoluto no amor

A liberdade na janela

Acho que o meu grande problema enfim
É o motivo oposto do que quando comecei esse blog
É o que hoje em dia me sinto por demais completa
Eu não tenho a necessidade de
Eu não preciso de
E pra eu gostar de alguma coisa eu preciso realmente querer
E o querer é tão mais escasso
Com o passar dos anos... Aaaah (suspiros)
E eu me sinto tão bem e tão plena no meu eu
Que uma companhia não cai ruim, mas pra quê?

Nem que queiram

Gente pra deixar a gente tem de monte
Gente pra continuar com a gente nem que queiram
Gente pra gostar da gente tem de monte
Gente pra fazer bem pra gente nem que queiram
Gente pra ligar pra gente tem de monte
Gente pra estar com a gente nem que queiram
Gente pra voltar pra gente tem de monte
Gente pra permanecer com a gente nem que queiram

Oye

No sé si me escuchas
Oye
Estuvo pensando en ti
A lo largo de mis días
Sobre la intuición
Que yo tuve cuando te vi
No es que ya te conocía muy bien
Pero lo que veía se parecía a mí
O poeta ama o amor
Mas nunca o amante

Sol

Queria um sol que iluminasse minhas pétalas,
Que energizasse o meu caule,
Que vitalizasse a uma minha aura,
Que alimentasse a minha raiz,
Que aquecesse os botões de rosa
Que levantasse as pétalas murchas
Que fortalecesse a minha vibra,
Que regasse a minha ah deixa pra lá rs,
E resgatasse o aroma e o brilho
Muito embora que se cuide do próprio jardim
E que se ponha às quatro a esperar ...
Um sol que venha todos os dias
terça-feira, 27 de novembro de 2018

A mais antiga do Skank

Ando recordando quem fui um dia
Umas vontades antigas
Uns pensamentos desatendidos
Me lembrei de quem eu era
E estava sumida
Fui alguém que queria muito escrever comédia,
Que tinha um pitoresco senso de humor e criatividade abundante
E ria por aí dos seus próprios pensamentos
Que deveria muito ter estudado pra isso
Alguém que escrevia cenas engraçadas e ria por horas sozinha
Alguém que pensava coisas engraçadas toda hora
Alguém que perdia o amigo mas nunca a piada
Não sei onde ficou por aí essa pessoa em meio à vida
(Escrever é terapia)
Não sei por onde foi ficando a alegria e o sorriso
Lembrei com saudade de quem eu já fui um dia
E disse olha só ela, quem diria agora
E por que não?
(Ainda não sei)
Ainda não consigo decifrar o que aconteceu realmente
Ainda não sei em que momento me perdi de mim mesma
E andei por anos nadando nadando nadando pra lugar nenhum
Eu nunca poderia ter me abandonado
Mas quando se é jovem ainda jovem ainda jovem ainda
(Por vezes perde-se a moral como este final por exemplo)

Ora ora

Os meus poemas (se é que pode chamar de poemas)
Eles todos vêm com suas trilhas sonoras,
Eles são audiovisuais
Não sei muito bem o porquê mas eles surgem uns dos outros e uns dos outros e uns dos outros
Surgem de uma frase que vem na cabeça
De uma imagem de uma ideia
De um livro de um detalhe do dia
De uma lembrança relâmpago
Eles são pop ups do pensamento
Que se pensam sozinhos
E são capturados ora sim ora não
Sentir é criar
Eles se deixam sentir e não me deixam dormir

Você já se banhou na cachoeira?...

Sinto que agora a vida é muito mais como uma manhã ensolarada e um aroma de café quentinho
Não sei se é momentâneo, mas que bom que bom que bom
Escrever o lugar ideal para mim sempre foi isso
Um lugar bom de ser e estar e só
Sentir o momento, a brisa, o verde, a água
Se ter
Ser é só isto
Tão boa a grandeza do que sempre esteve do que sempre foi
Tão intenso o presente
Tão lindo o formar parte
O Todo é com você.
Você faz parte do Todo. Dos todos.
Nunca se esqueça 

Guardadora de rebanhos

Queria me reconciliar com a literatura que sou
Com as emoções e com as ideias
E ir por elas invencível
Não sei das pessoas e não estou nem aí
Só sei do meu tempo perdido
Quero resgatar o frenesi da criação da espontaneidade da alegria genuína do sorriso à-toa
Gosto da ideia de que ainda tenho muita arte pela frente
A desbravar
Gosto do momento que é olhar para o futuro com esperança
E não negar o que se é
Gosto da lealdade do meu coração. Às vezes é como se eu recrutasse as pessoas para a minha guerra.
Alguns caem. Uns lutam distantes, mas eu sei que estão ali. Quando eu levanto uma bandeira de vitória é com eles que comparto as alegrias. E está tudo bem.
Gosto de saber que está tudo bem, gosto de saber da natureza do universo.
E de não colocar vírgulas. Nem pontos finais
Gosto desses sonhos grandes com comichões para se realizar.
Não sei desde quando escrevo tão eu.
Me sou e sei.
Graziele Pessoa.

(Rs)

Ps. Mania boba de imitar o escrever alheio. O meu preferido sempre foi o da natureza.
segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Muito Rosa

Queria abrir a cabeça para entender o Total
Uma das frases que mais ficou na minha cabeça
Além da não abertura - em definitivo - da ideia para o Total
Foi aquela do cavalo
Cavalo que ama o dono até respira do mesmo jeito
Quando li primeira vez me pareceu mais um provérbio
Daqueles que a gente troca o todo pela ideia e ideia pelo todo
E o que significa mesmo ninguém sabe
Como aqueles de ideia errada
Me ame quando menos merecer
Um dito impregna
Mas no que eu sempre gostei de Rosa
Foi que quando eu li eu já me entendi
A fineza de contar uma história
Que o entender não é literal nem racional
O entender vem do fundo lá do fundo
O conhecer vem de dentro vem do mundo
Saudade de sentir bem quando o coração se desdobra
Foi toda uma viagem longa de grande beleza que ainda me lembro até hoje.
segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Artista

Às vezes eu queria ser artista
Artista no sentido de se importar com as coisas mais do que se importar com si próprio
Artista no quesito viver de arte, amor, teatro, poema
Artista raíz que é militante, que defende uma causa, que tem uma ideologia
Artista que ainda consegue viver o significado trabalhar por amor, por um ideal, pela beleza
Artista que ainda consegue estender a mão para minorias, fazer algo contra a exclusão, ao preconceito dizer não
Artista que deixa de lado as mazelas pessoais e se interessa com fervor às dores coletivas com objetivos nobres
Artista que desperta todo mundo para tentar mudar algo que não está certo e que já não vai esperar ver o outro levantar a bandeira
Artista que ainda se sensibiliza com um mendigo na rua, que ainda vê barraco na avenida e sabe que isso precisa mudar
Artista que sabe que o assunto não é só do vizinho, que o assunto é meu é seu é de todos nós
Artista humanitário que ainda preza pelos ideais e o bem comum
Artista de rua sem status com o coração gigante e um sorriso no rosto
Toda uma busca desenfreada por tantas coisas leva para tão longe alguém do seu próprio eu
Voltar para casa não significa depois de um dia cansado voltar do trabalho onde só fortaleceu o rico
Voltar para casa significa voltar a si mesmo e ver a tamanha vaidade que rege o homem
Ninguém precisa de tanto, ninguém leva nada
Artista que já não está calejado da vida.
Artista que tem tempo de ler um livro interessante, grifar as melhores partes e ainda mudar o mundo
Artista que deita a cabeça no travesseiro e dorme tranquilo de consciência limpa, a sua parte já fez
sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Update

I'm a different person now.
Year after year we grew up.
If I met you today I would be like someone else.
Sometimes I'm a little afraid of being myself and nobody recognizes me anymore.
Sometimes I get thinking about what would you do if you saw me.
We'll have to meet again.
I'm not my old version anymore.
But I'm certainly much freer now.
It's weird but amazing thinking about the future that don't have nothing to do with the past, nothing to do with my old I.
Now, I can see clearly a white page in front of me.
I feel like flying. My heart in peace. The next year is coming up. I can't wait.



(Sorry I'm practicing my English)
domingo, 23 de setembro de 2018

Regalo

Às vezes me sento em frente ao meu pequeno tesouro
Meu olhar já me decifra
Abre-se um mundo de flores
Atrás pinta-se um arco íris
Desce pela pele um sussurro doce
Sobe olhos arregalados de amor
Descanso a contemplar a imagem do arbusto
E a desnudar a mente com paz
Tatear a grama, agarrar
Escorre o pensamento como fonte de água
Um instante que paira e sopra prazer
Renova o presente com melodias finas
Um respiro que exala paixão
Canto um poema em suave timbre
Não poderia ser melhor regalo
O presente do amor
sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Dar-se conta

Talvez o processo mais difícil é dar-se conta
Muitas vezes passamos grande parte do tempo (para não dizer da vida) em negação.
Dar-se conta de hábitos, de jeitos de fazer as coisas, de como dormimos, dos tipos de amigos que sempre fazemos, dos tipos de pessoas que gostamos, da forma que reagimos a um elogio, a um insulto, a uma briga. Tudo temos que darmos conta (em todos os sentidos).
Tudo está tão enraizado que dar-se conta pode nunca ser uma escolha, nunca ser uma sensação conhecida.
Viver sem consciência do que se vive é o nosso modus operandi e é tão contrário ao que é "ser humano" e tão comum, tão natural.
Dar-se conta é fatalmente liberdade, é se liberar dos antigos padrões, patrões e bordões. E ao mesmo tempo, dói. É um choque de realidade, um dolorido despertar tardio. Mas só agora eu me dei conta.
Beira um remorso, uma sensação de desperdício, de burrice. De vazio. É inevitavelmente uma troca. Uma substituição. É trocar o que você já se deu conta que desse jeito não funciona mais. Que já não tem mais jeito, que mesmo que você queira já não vai mais para frente da mesma forma. Você já se deu conta.
E negar-se é saber, mas preferir manter como está para não abalar as estruturas nem minhas, nem suas, nem de todos nós.  Negar-se é delegar ao acaso que conduza sua vida por mais um tempo quando você tapa os buracos e finge que não vê.
Mas a água sempre escorre pelas bordas e uma hora a barragem não aguenta.
Parece que estou como o Brasil: escorrendo pelas bordas. Dando-me conta em negação. Dar-se conta é despertar. Desperta.
segunda-feira, 17 de setembro de 2018

relief

Maybe my silence is everything I have
Maybe no words can take away my feelings inside
I struggle with something that is really big
I dont think I can have a good future
If I cannot win
So hard to stand up and walk on the street when the mind is falling down
There are days that I dive in the lack of will
I always think and what if this not pass?
If trying is not a key...
Because nothing is important
And everybody will die one day
Nobody can see in the end the call for help from my head 
So hard to know no one can help
No one can be a relief
sábado, 15 de setembro de 2018

Vênus retrógrada

Toda vez que te vejo te quero
Toda vez que te quero te vejo
segunda-feira, 30 de julho de 2018

Queria

Queria que estivesse aqui comigo
Cada pessoa que gosto
Que está em cada canto do mundo
Eu que aprendo tanto sobre o desapego
Acabo me prendendo a cada fiapo de memória
Queria que estivesse aqui comigo
Cada pessoa que gosto
Que vem e vão comigo
Que fazem parte da minha história
Que repartem meu coração pelo mundo
sexta-feira, 6 de julho de 2018

Look at you... You mad

I see many people I know
drawn by the sea and the water stream
fangs of the virtual world
swallowed up in packs of ideas.
Grief, deep distress and sadness.
sharing only the worst,
seeing the darkness in the other
and weakening themselves without compassion.
Perhaps the implosion of this in reality is unavoidable
and the many parts of our bodies on all sides.
Peace and individual consciousness has never before challenged so much collective consciousness.
It has never been so difficult to touch these ideals.
You have to be a giant to be whole and move on.
Stay strong. Don't mad.
sexta-feira, 29 de junho de 2018

Redoma

Muitas vezes me vejo acordada com meu sonho morrendo na praia
Outras vezes acho que não nasci pré-disposta a
Parece que o sucesso que perseguimos hoje
É uma redoma de vidro com uma estrela dentro
Às vezes acho que é um club ultra secreto que só entra com convites
Mas convites ninguém sabe ninguém viu
É como o clube da luta talvez
Me sinto naufragando toda vez que procuro em meio ao mar a entrada
Outras tantas vezes já estou sem fôlego e desanimada
Talvez porque o sucesso que almejo seja o antigo status de alguma fama
Que nada tem a ver com a realização pessoal
Mas o coletivo ((da minha cabeça)) fez acreditar que sim
Talvez a ideia errada seja a única coisa que machuque
E o mostrar, o só mostrar para os outros algo que quer se afirmar nos cause dó
Mas que o ao contrário (se esconder) também não indique alguma coisa
Ou melhor, talvez indique também alguém se esquivando loucamente do fracasso
Porém é o sucesso e o fracasso relativo, o auto-imposto
E se preocupar com isso também é neura
Ter alguma profissão onde precise buscar a fama para ter alguma notoriedade, não é pra mim. Bom, nenhuma delas eu suponho.
"Não é pra mim" totalmente no sentido de "desgraça a minha cabeça", e nós não queremos isso, não é mesmo?
Mas eu poderia simplesmente terminar com: muitas vezes me vejo acordada tentando não desgraçar a minha cabeça.
quinta-feira, 21 de junho de 2018

Tempo

Às vezes parece que
muitas coisas se perdem no tempo
Que o tempo passa atropelando
E leva uma enxurrada de coisas e pessoas com ele
Mas incrivelmente volta e meia
Voltam coisas voltam pessoas voltam lugares
Como se elas nunca tivessem ido
Também voltam sonhos e vontades como se fizessem parte do nosso antigo eu
Mas eles nunca deixaram de ser
Parece um tempo de novas oportunidades
Mas ao mesmo tempo
Um tempo repleto de segundas chances
Com novos olhos
Um tempo repleto de antigas vontades
Com novos jeitos de se conquistar
Parece que o velho, o local, o lar
Nunca esteve tão em voga
Eles voltam no exato momento em que pararam
Como uma realidade alternativa das coisas
Eles flutuam no ar
É um tempo a se pensar
Uma nova forma de lidar
Buscando em volta tanto a verdade
Com desejo ardente de encontrar
Não tão longe, mas em você, na sua cara
segunda-feira, 28 de maio de 2018

O chamado da floresta


             Quando era muito mais jovem do que sou hoje (rs), talvez criança quiçá entrando na adolescência eu li um livro chamado "O chamado da floresta".
         Falava sobre cães-lobos e como em algum momento eles eram "chamados" pela floresta. Eu não me lembro da história. Mas, eu me lembro particularmente do nome e como esse nome me tocou, de tal forma, que até hoje eu me lembro.
           Pensando em propósitos de vida, o nome desse livro me surgiu na cabeça novamente. Quantos anos atrás que li esse livro? Talvez 15 anos atrás. Na época talvez eu nem tenha entendido o porquê do livro. Eu não tinha entendido a proporção metafórica do que era "o chamado da floresta". Mas me causou uma impressão curiosa, o significado do livro era tão mais profundo que eu mal fazia ideia.
        Hoje fiquei pensando no meu propósito. Quantos anos eu demorei para encontrar. Ou se é que realmente encontrei. Talvez 15 anos? Mais de oito certamente. Mas talvez a palavra não seja "demorei". São os anos que levei, que tinha que levar para encontrar. Quando o chamado não vem no tempo que você acha que deveria, mas no tempo que tem que vir. Quando você está talvez, emocionalmente pronta para aceitar e levar a carga, quando você aprende sanamente a compartir com luz.
             "O momento certo" é o tempo de cada um no seu percurso consciente.
           Esses dias estava chateada por ser sempre mediana no que escolhi fazer. No que escolhi estudar na vida. E simplesmente eu me pegava pensando "por que eu escolhi algo que claramente não está no meu propósito?".
         Dado um lugar onde habita o dono, de onde o cão foi tirado, ele não escolhe se deveria ficar ou ir. Ele simplesmente aceita, no tempo que for, o chamado da floresta e vai para cumprir sua missão. E a jornada é um reencontro com o seu eu primitivo, instintivo, original. Soa cursi, soa cool.
           Era um caminho que deveria ser percorrido, era um caminho que nele estavam as respostas.
            É como um texto. Eu definitivamente não me obrigo a escrever. Mas vem na cabeça de tal modo que escrevo mentalmente até o ponto de ir escrever em algum lugar.
             Talvez cada escrita seja um chamado da floresta.

segunda-feira, 14 de maio de 2018

100%

Talvez eu esteja começando a detestar o fato de ser insubordinada.
Não é raro as vezes que não faço o que mandam. Nem que mudo o que deveria ser feito. Ou que não faço se não tenho vontade. Parece um mimo bobo, um jeito de ser, mas não, descobri que tem raízes mais profundas do que isso.
"É mais forte do que eu", "eu até que gostaria". Às vezes repito frases comuns na minha cabeça para determinar "é assim que eles dizem, é assim que tem que ser feito/pensado." E me pego em uma gastura tremenda de pensar que simplesmente não estou nem aí, ao que deveria, ao que seria, ao que é certo.
Pareceria ainda 100% mas estranho se eu exemplificasse isso com acontecimentos. Acho melhor não.
Mas eu descobri também que não é uma frustração só minha (Eu tenho até amigos que são). Tentar se espremer para caber, se encaixar em algo para andar junto e por aí vai. São tantos padrões e tantas regras que definitivamente eu não sei como 'quase' todo mundo consegue.
Talvez muito talvez eu já tenha chegado em um extremismo radical. Já não quero mais caber. Já não quero encolher. Já não vou nem explicar para quem não vai entender. Talvez as decisões mais sábias (e lógicas) sejam aquelas 100% radicais.
Eu poderia ter aguentado o peso de pertencer a algo que não é meu, que não sou eu? Ninguém consegue. Todos os "poderiam" ou "deveriam" deveriam ser abolidos. E começando desde já, poderiam e deveriam já estão abolidos.
Não estou nem aí para etiquetas sociais, datas comemorativas, horários, notas acadêmicas, prazos de entrega, provas de todo tipo, trabalhos não criativos, não flexíveis. Tudo que, de alguma forma, foi imposto pelo outro. E eu não vejo por quê exatamente eu deveria cumprir/seguir.
Eu demorei para entender que trata-se também de rejeição e fuga.
O "eu nunca me enquadrei" no  que tivesse para ser enquadrado também é 100% real desde a minha infância.
E dá uma certa aflição ao pensar algo como "mas eu queria ser normal" "por que é que eu ajo assim?". 
É uma configuração da mente, eu suponho. Algo que talvez não me faça 100% entregue ao momento presente e que me dê sempre uma sensação de insatisfação com a realidade. E talvez fazer diferente para mudar seja pra mim fazer ao contrário do que o senso comum faria.
Eu não acredito que seja capricho da minha parte. Talvez eu não queira cumprir com mais nenhum papel porque o peso das imposições sociais já foram pra lá de muitas.
Sinto várias marteladas da vida na minha cabeça toda vez que sou insubordinada. Mas, estranhamente, e de modo super masoquista, eu sigo sendo. 100%.
quinta-feira, 19 de abril de 2018

Esferas

Ouvi dizer por aí que o amor
São esferas de energia que pairam no ar
Assim como qualquer outra energia
Que está fora de nós e nós temos
que sintonizar com ela e levá-la ao coração
Pareceu-me bobagem, uma coisa qualquer
Mas outro dia, pensando bem, esse negócio
de esferas, era como as esferas do dragão
que não sabíam onde estavam e ficavam o tempo todo procurando por elas.
Poderia ser o mesmo, poderia se tratar disso.
Acho que num milésimo de segundo, quando dei por mim, eu realmente vi uma esfera flutuando.
Então entendi que o amor era uma esfera.
O amor estava em tudo. Sentir amor não depende de ter quem amar naquele sentido singelo homem-mulher, mãe-filho, irmão-irmã.
O amor não é só isso. O amor é ainda maior quando não temos nenhuma etiqueta para colocar nele. Quando não depende nem de laços nem de obrigações, e principalmente livre e espontâneo.
O amor é algo maior que está em tudo, que pode ser dividido (em esferas)mas que não perde a essência inteira em nenhum desses pedaços.
O amor é compartilhável e cada vez que se compartilha cresce mais. E isso só me lembra o universo. Se abstrairmos para mentalizar o todo ainda sim não veríamos tudo.
Só sei que pra mim amor tem a ver com sentir prazer com todas as coisas,
Tem a ver com olhar e ver o belo de tudo,
Mas o belo real que transcende a beleza. É o belo real da vida que tem extrema beleza, com todo o bom e o ruim junto.
Tocar nessa esfera me fez querer chorar,
Chorar de emoção, chorar de beleza,
Chorar de contentamento.
Não, o amor não tem a ver jamais com o pouco que somos, mas com o quão grande e imenso e infinito pode ser tudo a nossa volta.
Olhar para o céu me fez entender porque o amor é uma esfera. E agora, acho que faz todo o sentido.
quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Se não me toca

Não posso jamais aceitar o que não me toca
Se não me desce coração abaixo
Se não me incende coração acima
Se para mim tanto faz como tanto fez
Pelo menos nem eu e nem ninguém se contente com pouco, com a cruel indiferença
Porque o sentir não muda mesmo que a gente queira, moço.
sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Não sei ao certo

Não sei ao certo o que a solidão tem feito ao meu coração
Cada dia mais couraça forte difícil de trespassar
Vejo um horizonte infinito sem chão nem esperança
Um grama fininha cheia de orvalho trepidar
Continua um som de silêncio impossível de tapar
Uma sensação boba de ausência sem explicação
Um chá quentinho que não fortalece no frio
Uma vontade de nada tão forte se agitar
Me diziam que poetizar era inventar palavras lapidar
Mas também trabalhar com aquelas boas e velhas de todos-nós: coração-amor-tristeza-solidão
Não importa mais na realidade a significância
Mas só se sabe que dor indefinida deve ser por certo do coração, de amor, de tristeza, de solidão
Se não for é isso, se for é isso também
Não sei ao certo o que a solidão tem feito ao meu coração

segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

O sol que arde

O sol que arde antes da chuva
Faz meu olho brilhar
E o coração derreter
Para então uma lágrima cair.

 
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